Este artigo é parte de uma série sobre a queda nas taxas de juros e as opções para garantir uma boa rentabilidade para nossos investimentos. No final do artigo você encontra links para todos os artigos anteriores desta série.
Vale a pena investir em ações?
No texto anterior desta série, entendemos a diferença entre investir e especular com ações e aprendemos que, para investir, não devemos tentar adivinhar quando a Bolsa vai subir: para se beneficiar dos ganhos nesse mercado, é preciso permanecer com o capital aplicado a longo prazo.
O investimento em ações não é um jogo de acertar ou errar os momentos de alta e baixa, mas de capturar um retorno médio a longo prazo. A grande questão é conhecer esse retorno e avaliar se vale a pena o trabalho de enfrentar volatilidade (altas e baixas) para ganhar um pouco mais do que na renda fixa.
Para ter uma ideia do retorno que a Bolsa pode proporcionar a longo prazo, o gráfico abaixo mostra a evolução do Ibovespa (o índice da Bolsa de Valores de São Paulo) entre o fim de 1994 e o fim de 2017.
O índice teve uma alta considerável no período, saindo de 4.354 pontos no fim de 1994 para 76.402 no fim de 2017. Uma alta de 1.655% em 23 anos, o que representa um retorno médio de 13,3% ao ano.
No gráfico temos duas curvas: ambas começam em 4.354 pontos e terminam em 76.402 pontos. A curva azul mostra o comportamento real do Ibovespa, com as altas e baixas que enfrentou. A vermelha mostra como seria o comportamento do índice se ele subisse 13,3% (a média do período) todos os anos. Ainda que ambas comecem e terminem nos mesmos pontos, a curva vermelha é muito mais suave, sem a forte volatilidade que o Ibovespa enfrentou (ela nunca tem um momento de prejuízo).
Vale observar que na maior parte do tempo a curva azul está acima da vermelha, o que significa que o Ibovespa gerou nesses anos retornos maiores do que 13,3%. Mas também há momentos em que a relação das duas curvas é o inverso: neles o retorno médio do índice foi inferior a esse número médio.
De certa forma, quando investimos em ações, o que desejamos é a curva vermelha. Seria ótimo se o investimento fosse sempre crescente e gerasse um bom retorno, como esse de 13,3%. Mas o fato é que o mercado acionário se comporta como a curva azul, subindo e descendo de forma exagerada. A curva vermelha é mais parecida com uma de renda fixa, como a de um investimento remunerado pela taxa Selic, em que há ganhos contínuos e crescentes.
O problema da renda fixa hoje é que a taxa Selic está em 6,5%, com perspectivas de cair ainda mais. Assim, para ter um retorno maior, é necessário enfrentar a volatilidade da Bolsa. A curto prazo você vai se deparar com altos e baixos, mas, com mais tempo, seu retorno tende a ser muito superior ao da renda fixa. Se no futuro a Bolsa obtiver um retorno próximo dos 13,3% que gerou nos últimos 23 anos, isso deve ser mais do que o dobro da Selic. Por isso, a volatilidade do mercado acionário vale a pena, sim.
Quando vemos que nos últimos 23 anos as ações renderam o dobro da taxa Selic atual, parece que vale a pena correr um pouco de risco para tentar obter um retorno maior. O que vale destacar é que 13,3% não é um pouco maior do que 6,5%, é muito maior! Para entender isso melhor, vamos observar o gráfico abaixo. Nele, comparamos o rendimento ao longo de 23 anos de um investimento de R$ 100 mil com essas duas taxas.
O resultado de uma taxa maior a longo prazo é incrível. Rendendo 6,5% ao ano (o mesmo que a Selic), o investimento de R$ 100 mil se transformaria em cerca de R$ 425 mil depois de 23 anos. Se rendesse o mesmo que o Ibovespa, esses mesmos R$ 100 mil se tornariam R$ 1,7 milhão para o investidor (mas enfrentando uma volatilidade razoável ao longo do tempo). Acredito que este gráfico deixa claro que, apesar de o risco do investimento em ações existir, seu potencial de retorno é muito elevado e justifica enfrentarmos suas altas e baixas.
Algo interessante de destacar é que, quando pensamos em taxas de retorno anuais, acabamos perdendo a perspectiva dos ganhos exponenciais que os investimentos trazem. Um investimento de R$ 100 mil que rende 6,5% ao ano se transforma após um ano em R$ 106.500. Já com taxa de 13,3%, se transforma em R$ 113.300. O ganho do segundo é maior, mas, nesses 12 meses, a diferença é relativamente pequena (R$ 6,8 mil). Já quando os investimentos são avaliados a longo prazo, a diferença se torna enorme. O que gera esse efeito são os juros compostos. Se você quer aprender mais sobre eles e saber como se beneficiar nos seus investimentos, sugiro que baixe o e-book “Milionário com R$ 100 por mês”, gratuitamente, no site da Ohr.
Quanto vou ganhar ao investir em ações?
A resposta mais honesta que eu posso dar a esse subtítulo é: não sei. Não tenho como prever o futuro e não faço ideia de qual será o retorno do investimento em ações.
O que posso dizer, sem muito risco de errar, é que o resultado do Ibovespa nos próximos 23 anos não será igual ao dos últimos 23. É possível que seja maior do que 13,3% ao ano, mas também que seja menor. Acho importante deixar isso claro, para que você não tenha falsas esperanças. O resultado de qualquer investimento (mesmo os de renda fixa) é difícil de prever, especialmente em períodos longos.
Como o futuro é incerto e imprevisível, o melhor que temos a fazer hoje é olhar para o passado e, com base nele, tentar estimar o futuro. Com o histórico do mercado acionário, é pouco provável que um investimento de longo prazo em ações (10 anos ou mais) renda mais do que 15% ao ano; mas também é pouco provável que renda menos do que 10% ao ano (que fique claro, improvável mas não impossível).
Além disso, também vale a pena dizer que o Ibovespa é uma média, e que os seus investimentos em ações podem gerar resultados abaixo ou acima dele. Para você ter uma ideia: entre 1995 e 2017, o Ibovespa rendeu 1.885%, enquanto o IBrX-100 (índice das 100 principais ações negociadas na Bovespa) rendeu 3.062%. E os melhores fundos de ações obtiveram resultados significativamente maiores do que o IBrX-100. O Dynamo Cougar (talvez o melhor fundo brasileiro), por exemplo, rendeu no mesmo período 18.388%.
Espero que você tenha entendido que é muito difícil prever como as ações vão se comportar no futuro, mas que o potencial de retorno é elevado e mais do que compensa o risco e a volatilidade que serão enfrentados.
Se você quer obter retornos acima do Ibovespa e do IBrX-100, recomendo que assine a carteira Ohr. Infelizmente o Dynamo Cougar está fechado para novas captações, mas as carteiras recomendadas estão recheadas de fundos que, com constância, têm batido o Ibovespa e o IBrX-100. Além de ações, as carteiras também contam com indicações de investimentos em renda fixa, e em 2018 rendem em média 159% do CDI.
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Artigos anteriores desta série:
O brasileiro é viciado em renda fixa
O fim da renda fixa (como você conhece)
Como ganhar na Bolsa sem saber quando ela vai subir ou cair?